Buarque de Holanda, Chico (1944-VVVV).
Cantante, compositor, poeta, novelista y estudioso de la música nacido en Brasil, en 1944, en el barrio de Vila Isabel, Río de Janeiro; su nombre completo es Francisco Buarque de Holanda y pertenece a una familia en la que abundan los eruditos e investigadores de fama: su padre era el historiador Sérgio Buarque de Holanda; su madre, una pianista aficionada de nombre Maria Amélia. Con sólo dos años, la familia marchó a São Paulo, donde se instaló de forma permanente.
La obra de Chico es una de las más sólidas y apreciadas en Brasil y fuera de esa nación, pues se ofrece como una sabia conjunción de los ritmos tradicionales y la bossa-nova, con un conocimiento profundo del pop y el jazz; no obstante, pasó por etapas previas, con un primer triunfo en el II Festival de Música Popular de Brasil, con sólo 23 años. Enseguida, se descubrió otra faceta de Chico, que convivía con la primera, en la que aparecían canciones con letras contestatarias y de protesta política; con su obra de teatro Roda Viva, que estrenó en 1968, tuvo serios problemas y hubo de marchar al destierro en Italia entre 1969 y 1970.
En 1971, gracias a su formidable disco Construção (en el que se inserta la magnífica canción así llamada, que Daniel Viglieti se encargó de verter con tino al español), se ganó la veneración de los cantautores de toda Hispanoamérica y el éxito con el público de Europa y América. Pronto fue encargado de componer la música de varias películas brasileñas, como Quando o carnaval chegar de Cacá Diegues, o Vai trabalhar, vagabundo de Hugo Carvana.
Entre sus múltiples discos, que han recorrido el mundo entero, destacan Meus Caros Amigos (1976) con participación de Mílton Nascimento, que canta «O que Será», canción compuesta por Chico para la película Dona Flor e seus dois maridos de Bruno Barreto; la grabación de la Ópera do Malandro (1978), que le valió el Prêmio Molière al mejor autor teatral del año; y otros como Chico canta; desde esa fecha, Chico se ha mantenido perfectamente activo, con varios éxitos sonados, En España, la cantante Ana Belén ha sido la principal difusora de varios de sus grandes temas, ora en portugués ora en castellano. Desde los años ochenta, Chico es, además, un celebrado poeta, novelista y autor dramático, tras un primer libro infantil publicado en 1979: O Chapeuzinho Amarelo, ilustrado por Danteli Berlandis. En 1992, escribió su primera novela, Estorvo, y en 1995 la segunda, Benjamin.
Su trabajo Cambaio, compuesto junto a Edu Lobo, fue galardonado en 2002 con el Grammy latino al mejor álbum MPB (música popular brsileña).
De todas las letras de Chico, hemos escogido dos especialmente gratas para el público en general. La primera es su Construção, escrita y editada en un disco del mismo título en 1971:
Amou daquela vez como se fosse a últimaBeijou sua mulher como se fosse a últimaE cada filho seu como se fosse o únicoE atravessou a rua com seu passo tímidoSubiu a construção como se fosse máquinaErgueu no patamar quatro paredes sólidasTijolo com tijolo num desenho mágicoSeus olhos embotados de cimento e lágrimaSentou pra descansar como se fosse sábadoComeu feijão com arroz como se fosse um príncipeBebeu e soluçou como se fosse um náufragoDançou e gargalhou como se ouvisse músicaE tropeçou no céu como se fosse um bêbadoE flutuou no ar como se fosse um pássaroE se acbou no chão feito um pacote flácidoAgonizou no meio do passeio públicoMorreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o últimoBeijou sua mulher como se fosse a únicaE cada filho seu como se fosse o pródigoE atravessou a rua com seu passo bêbadoSubiu a construção como se fosse sólidoErgueu no patamar quatro paredes mágicasTijolo com tijolo num desenho lógicoSeus olhos embotados de cimento e tráfegoSentou pra descansar como se fosse um príncipeComeu feijão com arroz como se fosse máquinaDançou e gargalhou como se fosse o próximoE tropeçou no céu como se ouvisse músicaE flutuou no ar como se fosse sábadoE se acabou no chão feito um pacote tímidoAgonizou no meio do passeio náufragoMorreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquinaBeijou sua mulher como se fosse lógicoErgueu no patamar quatro paredes flácidasSentou pra descansar como se fosse um pássaroE flutuou no ar como se fosse um príncipeE se acabou no chão feito um pacote bêbadoMorreu na contramão atrapalhando o sábado.
La segunda no es otra que Tatuagem, escrita al alimón por Chico Buarque y Ruy Guerra en 1972-1973:
Quero ficar no teu corpo feito tatuagemQue é pra te dar coragemPra seguir viagemQuando a noite vemE também pra me perpetuar em tua escravaQue você pega, esfrega, negaMas não lava
Quero brincar no teu corpo feito bailarinaQue logo se alucinaSalta e te iluminaQuando a noite vemE nos músculos exaustos do teu braçoRepousar frouxa, murcha, fartaMorta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas coisasQue te retalha em postasMas no fundo gostasQuando a noite vemQuer ser a cicatriz risonha e corrosivaMarcada a frio, a ferro e fogoEm carne viva
Corações de mãeArpões, sereias e serpentesQue te rabiscam o corpo todoMas não sentes.
Discografía completa.
Chico Buarque de Hollanda (vol. 1). Chico Buarque de Holanda (vol. 2). Chico Buarque de Hollanda (vol. 3). Chico Buarque de Hollanda (vol. 4). Construção. Caetano e Chico Juntos e ao Vivo. Quando o Carnaval Chegar. Chico Canta. Sinal Fechado. Chico Buarque e Maria Bethânia ao Vivo. Meus Caros Amigos. Os Saltimbancos. Gota D’Água. Chico Buarque. Ópera do Malandro. Vida. Almanaque. Os Saltimbancos Trapalhões. Para Viver um Grande Amor. O Grande Circo Místico. Chico Buarque. Ópera do Malandro. Malandro. O Corsário do Rei. Melhores Momentos de Chico & Caetano ao Vivo. Francisco. Dança da Meia-Lua. Chico Buarque. «Chico Buarque ao Vivo» Paris – Le Zenith. Paratodos. A Arte de Chico Buarque. Chico Buarque – Minha História. Cambaio. Carioca.
Enlaces en Internet:
http://www.dcc.ufmg.br/oasis/multimidia961/grupo3/mpb/chico/chico.htmhttp://www.impa.br/~nivaldo/all-chico.htmlhttp://www.mpbnet.com.br/musicos/chico.buarque/index.html; Todas las letras de los temas compuestos por Chico.